A tradicional Festa de Julho de Parnamirim, no Sertão de Pernambuco, foi manchada neste ano por um episódio de violência que envergonhou a cidade e gerou repercussão nas redes sociais. O que deveria ser um momento de fé, cultura e confraternização, acabou se transformando em palco de pancadaria generalizada, com agressões físicas e verbais praticadas por membros da alta cúpula da atual gestão municipal, inclusive parentes diretos do prefeito Múcio Angelim.
Testemunhos, vídeos e relatos amplamente compartilhados comprovam a barbárie: socos, empurrões, chutes e insultos protagonizados por figuras públicas, como o Secretário de Saúde Iago Angelim (filho do prefeito), o Secretário de Administração Lucrécio Angelim (irmão), a Secretária de Educação Taíta Angelim (cunhada), o Secretário de Governo Márcio Barros, além de outros parentes comissionados e o vereador Regi de Dudé, aliado político do gestor. A situação gerou revolta e protestos de moradores que exigem justiça e responsabilização imediata.
É preocupante que, diante da gravidade dos fatos, esteja em curso uma tentativa clara de inverter a narrativa: transformar vítimas em culpados, blindar os agressores e deslegitimar o trabalho de quem tenta garantir justiça. Ataques covardes contra o advogado das vítimas, Tácio Pontes, inclusive por parte de envolvidos no episódio como o secretário Iago Angelim, representam não apenas uma afronta pessoal, mas uma tentativa de intimidar o exercício legítimo da advocacia, garantido pelo Estatuto da OAB e essencial à democracia.
O silêncio do prefeito e da Prefeitura diante dos fatos é ensurdecedor. Nenhuma manifestação de solidariedade às vítimas, nenhum pedido de desculpas, nenhuma ação institucional para apurar a conduta de seus subordinados. A omissão institucional evidencia conivência e desrespeito à população, reforçando a sensação de impunidade e arrogância por parte de quem ocupa cargos públicos.
A única nota divulgada por Iago Angelim, além de vaga e politizada, tenta desviar o foco dos fatos com insinuações eleitorais e ataques ao advogado da parte contrária. Em nenhum momento há empatia com as vítimas, nem reconhecimento da responsabilidade institucional que carrega como gestor. A população percebeu a tentativa de manipular a opinião pública e não aceita que a máquina pública seja usada para proteger agressores e desmoralizar quem denuncia abusos.
A verdade é clara, está registrada em vídeos e nas ruas de Parnamirim. A população exige justiça e respeito. Os agressores devem ser responsabilizados de forma exemplar, e qualquer tentativa de silenciar ou intimidar as vítimas, a imprensa ou a defesa legal deve ser duramente rechaçada. O povo de Parnamirim merece viver em uma cidade onde a lei seja para todos — e onde a verdade, mais cedo ou mais tarde, sempre vença.